Pesquisa apoiada pela Fapesb analisa alforrias de escravos em Carinhanha, na Bahia
Por: Ascom/Fapesb
O mês de maio é marcado por duas importantes datas, 13 de maio: Abolição da Escravatura e 25 de maio: Dia da África. O Brasil foi o último a abolir a escravatura nas Américas e possuía o maior território escravagista do Ocidente. Mas o que aconteceu com os escravos alforriados? Quais são suas histórias? Para responder a essas e muitas outras perguntas, a pesquisadora Simony Lima desenvolveu o estudo “Histórias de Liberdades: Alforrias na Freguesia de São José da Carinhanha (1800-1871)”, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.
“A pesquisa se propõe analisar alforrias concedidas/conquistadas em Carinhanha-Ba, entre os anos de 1800 e 1871. Busco evidenciar histórias de liberdade protagonizadas por escravos e forros, redes de parentesco e solidariedade e suas implicações nos projetos de liberdade dos cativos e libertos, bem como a inserção econômica de escravos em atividades que propiciaram rendimentos e possibilitaram a formação de pecúlio utilizado na compra da alforria”, afirma a pesquisadora.
O projeto buscou, através de provas e vestígios, compreender determinados aspectos da participação de escravos na economia local e como eram conquistadas, ou concedidas, essas alforrias. Segundo Simony, “o estudo procura problematizar como em uma sociedade extremamente rural, marcada pela pobreza que assolava a maioria absoluta da população, os escravos faziam acordos, se articulavam e empreendiam lutas para a conquista da liberdade”.
A pesquisa, apoiada pela Fapesb, deu origem à dissertação de mestrado “O ardente desejo de ser livre: escravidão e liberdade no sertão do São Francisco (Carinhanha, 1800-1871)”, que será defendida no programa de pós-graduação em História Social da Universidade Federal da Bahia. “O apoio concedido pela Fapesb é de importância ímpar para o incentivo à pesquisa no Estado da Bahia. Ao conceder incentivos e auxílio para pesquisadores, promove meios de valorizar e fomentar o conhecimento a respeito da formação social, das riquezas e da diversidade da Bahia como um todo”, destaca.
Fonte: CONFAP