Novembro Negro Fapesb: Evento reúne pesquisadores baianos e dialoga sobre participação do negro na ciência
Por: Ascom/Fapesb
Na ocasião, a Fundação e o Instituto Serrapilheira lançam Chamada Pública conjunta de apoio a pós-doutores negros e indígenas
Fortalecer a pesquisa e a inovação entre pesquisadores negros baianos, além de ressaltar as contribuições desses profissionais para a sociedade. Esse foi o objetivo do “Pesquisar é coisa de preto!”, evento promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), órgão vinculado à Secretaria de Ciência, tecnologia e Inovação (Secti), nesta sexta-feira (29), no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador. O evento, que fez parte da programação do Novembro Negro do Estado, contou com a participação de representantes da Secti, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), da sociedade civil e comunidade acadêmica.
Para Edson Valadares, chefe de Gabinete em exercício da Secti, a pauta é importante porque rompe valores que estavam há muito tempo enraizados dentro da sociedade. “Existe a necessidade de reparação e de construir ações afirmativas que possam incluir a população negra nos benefícios das políticas públicas. Durante trezentos anos, essa população foi colocada às margens dos benefícios sociais. Então, hoje, a nossa tarefa é garantir equidade. É garantir que a população negra tenha as mesmas condições que as demais etnias que vivem em nosso estado”, enfatizou Valadares.
Mércia Porto Barata, superintendente de Política de Promoção da Igualdade Racial, afirma que é fundamental discutir que pesquisa é coisa de preto, principalmente para a nova geração. “A gente cresceu vendo sempre pesquisadores ou cientistas brancos, como a figura do Einstein. Então, a gente precisa passar isso pra nossa juventude para emponderá-los, e pra mostrar que é possível sim, que eles têm a capacidade também de ser o que eles quiserem. Trabalhos como o da Jaqueline Góes e o da Deusa Cientista desmistificam essa questão de pesquisa, e a nossa ancestralidade já fazia isso”.
Para Thiane Araújo, diretora Financeira e Adminstrativa da Fapesb, o “Pesquisar é coisa de preto!” é uma ação significativa para promover a diversidade e a inclusão na ciência e na pesquisa. “É essencial celebrar as contribuições de pesquisadores negros no estado da Bahia. A Fapesb lança editais que promovem essa agenda, como, por exemplo, os editais Falciforme, Azeviche e a chamada pública que lançamos hoje, em parceria com o Instituto Serrapinheira, que também trata dessa agenda, mas sabemos que sempre podemos contribuir mais. É necessário e crucial reforçar que a pesquisa e a inovação desempenham papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e equitativa”.
Sueli Conceição, doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente e CEO da Iyaomi Cosmética Natural Artesanal, que passou pelo edital Inventiva da Fapesb, destacou a importância de se investir em pesquisa para o público negro. “Eu sou o resultado do contexto acadêmico e profissional dos investimentos da Fapesb. Quando eu faço uma leitura de quando eu fui pro mestrado, que fui bolsista, quando eu vou pro doutorado, que sou bolsista, e o meu fazer profissional, ele desdobra dos resultados das minhas pesquisas. Esse investimento foi crucial pra que eu ficasse tranquila pra ter esse resultado tão consistente pra poder desdobrar na ação”, frisou Sulei.
Nova Chamada Pública
Na oportunidade, a Fapesb, em parceria com o Instituto Serrapilheira, lançou a 3ª Chamada Pública conjunta de apoio a pós-doutores negros e indígenas em ecologia. O objetivo é apoiar projetos de pesquisa coordenados por pesquisadores negros e indígenas residentes no estado da Bahia. A Chamada vai selecionar até quatro pós-doutorandos, que receberão até R$ 525 mil para investir em seus projetos ao longo de três anos, além de uma bolsa mensal de R$ 5.200
Entre os requisitos do edital, está o de que os selecionados não tenham vínculo formal com instituições de pesquisa no momento da assinatura do contrato. Embora os projetos precisem ser conduzidos em instituições de ciência e tecnologia na Bahia, é admitido que parte da atividade seja desenvolvida em outros estados ou no exterior, como o trabalho de campo ou pesquisas colaborativas. Para os interessados, a Chamada se encontra disponível no portal da Fapesb, na aba editais.