Instituto de pesquisas oceanográficas facilitará previsão de desastres, diz cientista
Por: Ascom/Fapesb
As informações que forem colhidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Oceanográficas (Inpo) serão importantes para revelar as influências que o oceano tem sob o continente. A afirmação é do coordenador do simpósio Inter-Relações Oceano-Continente no Cenário das Mudanças Globais, Luiz Drude de Lacerda, que terminou nesta quarta-feira (3). Ele também elogiou o anúncio de criação do instituto.
De acordo com o especialista, os dados poderão ser usados no sistema de prevenção de desastres nacionais. Para Lacerda, a criação do Inpo irá acabar com a dependência do Brasil nas pesquisas oceanográficas. “O país fica restrito à pesquisa feita nas universidades e ao apoio que a Marinha dá. Será o primeiro instituto civil de pesquisa oceanográfica”, afirma.
Há algum tempo a comunidade científica defende a criação do instituto. O cientista compara a nova unidade ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que “fez diferença para o Brasil, se você pensar que hoje o mundo todo depende de informações por satélite”.
O coordenador destaca ainda que pesquisas nessa área são muito caras, por exigirem monitoramento, manutenção e equipamentos de custo elevado, como boias para coleta de dados, cujo valor estimado é de cerca de US$ 2 milhões cada.
O especialista ressaltou que será possível criar cenários de previsão do que pode ocorrer nos continentes. “[É] fundamental para fazer um bom cenário de previsão de desastres naturais saber o que acontece no oceano aberto”, alerta Luis Lacerda. “Mesmo a comunidade científica tem uma certa dificuldade de entender essa inter-relação entre o oceano e o que ocorre no continente”.
Para ele, as pesquisas oceanográficas no país são importantes para a hegemonia brasileira no Atlântico Sul, inclusive para proteger as áreas de exploração de petróleo na camada pré-sal.
Fonte: Agência Gestão CT&I de Notícias com informarções da Agência Brasil