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Publicado em: 23/07/2012 às 14:40

Cresce o potencial para novas fontes renováveis no Brasil

Por: Ascom/Fapesb

A eletricidade gerada de fontes eólica, solar e de biomassa tem potencial para ocupar em breve uma maior fatia na matriz energética brasileira. As condições são favoráveis: o país domina a tecnologia, a indústria está se consolidando, a demanda existe, os investimentos estão sendo feitos e os preços são competitivos.

A produção oriunda dessas fontes pode ser um complemento à das hidrelétricas, que respondem por mais de três quartos da energia no Brasil.

Das três fontes de energia, a eólica e a de biomassa já são consideradas maduras. Com o início da operação de novos parques e a entrega da energia contratada, as projeções são de que ao final de 2016 o Brasil terá 8 mil Megawatts (MW) de potência instalada de energia originada do vento.
Confirmado esse cenário, a participação da energia eólica na matriz energética nacional saltará dos atuais 1,2% para 5,5%.

A espanhola Gestamp Wind Steel instalou no Recife uma fábrica de torres eólicas que abastece empresas como GE, Alstom e Vestas. A maioria dos projetos se concentra entre os Estados da Bahia e do Ceará, diz Paulo Coimbra, diretor da empresa.

Resultado de um aporte de R$ 100 milhões, a planta está ativa desde 2010. No ano passado produziu 230 torres e a expectativa é encerrar 2012 com 450 unidades. A empresa, que fatura R$ 450 milhões, estuda abrir uma nova unidade fabril na região Sul.

A argentina Impsa Wind tem uma fábrica de aerogeradores em Suape (PE) e pretende construir outra unidade perto de Porto Alegre, que deve entrar em operação em 2013. Os investimentos na primeira etapa somam R$ 100 milhões e a capacidade de produção é de 140 turbinas por ano.

Responsável por parques eólicos no Ceará e em Santa Catarina, com potência instalada de 100 e 222 MW, a Impsa Wind quer ter participação expressiva no mercado brasileiro, diz Luiz Menghini, vice-presidente da empresa.

Na biomassa, a oferta de energia cresceu 7,1% entre 2010 e 2011, passando de 34.940 para 37.411 Gigawatts/horas (GWh). Uma novidade no mercado é a tecnologia de Pré-Hidrólise (PH), desenvolvida pela Senergen Energia Renovável, que aproveita a biomassa de fontes ricas em celulose, como eucalipto, sabugo de milho, casca de coco verde, bagaço de cana.

A sua aplicação substitui a queima do bagaço da cana para a geração de energia elétrica, explica Roberto Paschoali, presidente da empresa. “A vantagem é o baixo custo de produção”, diz. A Senergen tem uma fábrica em Lorena (SP) onde, através da tecnologia de Conversão de Baixa Temperatura (CBT), transforma por dia 20 toneladas de resíduos em matéria-prima para geração de energia limpa.

A planta iniciou a suas atividades em maio, depois de um investimento de R$ 15 milhões em sua construção. Uma nova unidade fabril será erguida também em Lorena graças a um aporte de R$ 30 milhões aprovado pelo Finep (Financiadora de Estudo e Projetos).

Uma resolução da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), de abril, regulamentando o uso da geração distribuída com fontes renováveis incentivadas é tida como o “empurrão” que faltava para a energia solar deslanchar no Brasil. Isso porque estabelece regras de conexão à rede elétrica da energia gerada a partir de painéis fotovoltaicos de até 1 MW e cria o conceito de compensação, que concede crédito equivalente ao excedente de energia gerada injetada na rede.

O Brasil é favorecido por altos índices de insolação em grande parte do território, o que faz da energia solar uma opção bastante atraente não apenas em áreas afastadas que não têm acesso a rede elétrica convencional, mas também em centros urbanos.

“Os prédios públicos e escritórios que ficam com o ar-condicionado ligado o dia inteiro são um fator de carga muito elevada”, observa Clarice Ferraz, pesquisadora do Grupo Economia de Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEE/UFRJ).

Fonte: Valor Econômico

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