Alunos de curso apoiado pela Fapesb promovem Seminário Nacional de Tecnologia Social
Por: Ascom/Fapesb
Teve início na manhã de hoje, 01/06, o Seminário Nacional de Tecnologia Social promovido pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). O evento faz parte das ações promovidas pelos alunos do curso de Especialização em Sociedade Inovação e Tecnologia Social, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), através do Edital 018/2009 – Apoio à criação de Cursos de Especialização em Inovação. Fizeram parte da mesa de abertura o Vice-Reitor da UFRB, Sílvio Soglia, o Vice-Reitor da UEFS, Genival Corrêa, o Diretor de Inovação Interino da FAPESB, Alzir Antônio Mahl, a Coordenadora II de Formação e Divulgação da Setre/Sesol, Ludmila Meira, o Vice-Diretor do Centro de Ciências Agrárias Ambientais e Biológicas da UFRB, Marcos Viana e a Coordenadora do Curso de Tecnologia Social da UFRB, Alessandra Azevedo.
Através do Edital da Fapesb, criou-se uma proposta em conjunto entre UFRB e UEFS que teve como objetivo promover a formação de profissionais para atuar no processo de inovação, fomento, desenvolvimento e disponibilização das tecnologias sociais. O grupo é formado por alunos com diversas formações, como administração, geografia, engenharia, agronomia, economia, que trabalham em locais diversos como prefeituras, secretarias de estado e empresas privadas: “O mosaico de experiências profissionais e a formação dos alunos permitiram que o debate na sala de aula, para a análise de tecnologias sociais, fosse muito rico”, disse a coordenadora Alessandra.
Segundo Marcos Viana, as universidades sempre pensaram a ciência como algo universal e não como algo que deva ser feito localmente. A UFRB, por sua vez, desenvolve seus trabalhos pensando na comunidade, em como aplicar a ciência localmente. “A gente não pode mais pensar com essa visão de que ciência só se faz universalmente. Nós temos particularidades regionais e isso deve ser respeitado”, disse. Segundo Marcos, esse é o motivo pelo qual a tecnologia social tem um papel importante e é necessário ter direcionamentos para que a ciência se desenvolva.
A representante da Setre/Sesol, Ludmila Meira, falou um pouco da atuação da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte no fomento às tecnologias sociais, através do Programa Vida Melhor – Urbano. “O programa é um conjunto de estratégias que buscam incluir sócio-produtivamente pessoas em situação de pobreza e com potencial de trabalho”, explicou. Existem quatro estratégias de ação para implementar o programa. O primeiro busca selecionar e contratar organizações sociais para a gestão de centros públicos de economia solidária. O segundo visa a publicação de editais para a incubação de empreendimentos econômicos solidários. A Secretaria já lançou dois editais em parceria com a Fapesb de apoio e fomento a incubadoras de empreendimentos de economia solidária. “A incubação é feita na própria universidade e é através dessa interação entre o saber cientifico e o saber popular que também se fomentam as tecnologias sociais”, disse. Ludmila citou como exemplo a criação de um hambúrguer de peixe na região de Juazeiro: “Pode parecer estranho para muita gente, mas na região de Juazeiro é uma solução para os pescadores. Agregamos valos à pesca com equipamentos simples para gerar renda e isso não seria possível sem a interação da comunidade com a universidade”. A terceira estratégia é o apoio através de editais para realização de feiras de economia solidária e a quarta, apoio a projetos de reciclagem com foco na geração de renda.
O Diretor de Inovação Interino da FAPESB, Alzir Mahl, expressou sua felicidade com a realização do Seminário: “Eu fico muito feliz porque esse evento é um resultado completo daquilo que a Fundação vem fazendo, apoios que vem sendo planejados como parte de uma política”, disse. Mahl lembrou que o Seminário é fruto do primeiro edital lançado pela FAPESB na linha de cursos de especialização na área social. Segundo ele, é preciso dar continuidade a este trabalho e focar, principalmente, na formação de recursos humanos e na área de inovação e tecnologias sociais, uma vez que há uma carência no estado. “As demandas na área de tecnologias sociais vêm aumentando muito na Fundação. É importante que elas continuem aumentando porque isso faz com que a gente atenda cada vez mais a essas necessidades”.
O Vice-Reitor da UEFS, Genival Corrêa disse que o trabalho com economia solidária e tecnologia social na universidade está, ainda hoje, fora dos processos esperados dentro da universidade. “A forma de fazer ensino, de fazer pesquisa, de fazer extensão carregam uma inércia muito grande e nós temos dificuldades de romper isso internamente”, afirmou. Segundo ele, é preciso um esforço adicional para se trabalhar com tecnologia social e economia solidária dentro da universidade. Genival parabenizou a equipe responsável pela realização do evento: “Iniciativas desse porte são importantes porque elas podem ajudar a mudar esse estado de inércia”, concluiu.
Sílvio Soglia, Vice-Reitor da UFRB, falou da importância do incentivo e apoio da FAPESB, que além de lançar editais voltados para incubação e empreendimentos solidários, apoia também a formação de recursos humanos. “Hoje a FAPESB se voltou também para a questão da extensão, de saber que a universidade não faz só pesquisa, que a ciência não está só no campo da pesquisa tradicional. Isso é importantíssimo para aqueles que militam, que têm um olhar diferenciado e querem ter um espaço nesta forma de atuar dentro da nossa instituição”, disse.
Paralelamente ao evento, está acontecendo a Feira de Economia Solidária e Tecnologia Social, em que os empreendimentos, ONGs e associações com as quais os alunos da UFRB e da UEFS trabalharam durante o curso, podem apresentar e comercializar seus produtos e expor suas experiências no uso de tecnologia social. Roberto Carvalho, membro da Fundação Rainha dos Apóstolos de Feira de Santana apresentou seus produtos feitos com pedaços de jeans: “Estamos tirando da natureza o que seria destruído, então a gente reaproveita o jeans que seria descartado para fazer pequenos objetos para escritórios, roupas e acessórios”. Além de ajudar na preservação ambiental, Roberto explica a importância desse trabalho: “Existe uma carência de emprego, então esse é um trabalho informal onde você produz e você mesmo pode vender”.
Além da Feira, acontecerá durante o evento uma oficina de moda com customização de caixas de leite em carteiras com a Design Rita Paraíso.
Fonte: ascom/fapesb