Projeto visa disseminar cultura de paz no ambiente escolar
Por: Ascom/Fapesb
Treinar professores da rede pública para ensinar estudantes do Ensino Fundamental a desenvolver habilidades sociais e relações interpessoais e, como consequência, disseminar uma cultura de paz, respeito e cooperação no ambiente escolar. Esta é a proposta do projeto vencedor da categoria Inovações Educacionais da 8ª edição do Concurso Ideias Inovadoras, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), instituição vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti). O evento, que premiou 21 projetos, em oito categorias, foi realizado na última terça-feira (12), em Salvador.
A responsável pelo projeto intitulado ‘Treinamento de habilidades sociais como estratégia para redução da violência escolar em estudantes do Ensino Fundamental da Rede Pública de Ensino’ é a professora do Ensino Fundamental, na Escola Estadual Anfrísia Santiago, e do Ensino Médio, no Colégio Estadual Nelson Mandela, Rozana Oliveira Gonçalves, que contou com a parceria do psicólogo Sandro Iêgo Santos. “Entendemos que a violência social tem crescido muito e as escolas não ficam imunes a esse fenômeno. Além disso, a violência escolar não se restringe às agressões físicas ou ameaças verbais, ela está também em todo e qualquer ato agressivo, nas transgressões, na quebra das normas ou regras da escola, na indisciplina, nas maneiras grosseiras de agir, nas provocações, nos insultos”, contou a professora e pesquisadora.
O objetivo é ajudar os alunos a como se comportar de maneira adequada diante de situações-problema e nas relações interpessoais – habilidades sociais que podem ser adquiridas na escola e que são levadas para a vida inteira. “Percebemos em alguns a dificuldade de agir com civilidade diante de determinadas situações, como por exemplo, quando um colega toma à força um lápis do outro. A ‘vítima’ pode responder com mais violência, partindo para uma agressão física para ter o material de volta, ou pode, intimidada, ficar sem o lápis e esperar que o outro o devolva. A outra solução para o problema seria a forma acertada de se dirigir ao outro e dizer ‘eu não gostei do que você fez, quero meu lápis de volta’, e é esse o tipo de habilidade que queremos desenvolver nessas crianças”, explicou Rozana.
Para isso, o projeto descreve atividades e práticas em salas de aula que estimulam o aprendizado para expressar sentimentos, como raiva, tristeza, frustração; e de como pedir a mudança de conduta, com comportamentos pró-sociais, a exemplo da empatia, o cuidar, perdoar, reparar danos, cooperar. Essas estratégias foram pensadas para alunos do Ensino Fundamental, baseadas em estudos que comprovam melhores resultados quando essas habilidades são desenvolvidas mais cedo, ainda na infância.
Com o incentivo do prêmio, a professora estuda implementar as estratégias, como projeto-piloto, na Escola Estadual Anfrísia Santiago, onde leciona, embora já tenha obtido bons resultados com algumas práticas que estabeleceu em sala de aula. “Na literatura, já está confirmado que essas iniciativas geram bons resultados, mas eu quero saber, na prática, na minha comunidade, como vão funcionar essas ações. Vamos avaliar e tentar ajustar o que melhor funciona para os alunos. A minha expectativa é que, no futuro, consigamos expandir para o maior número possível de escolas, treinando e incentivando os professores a fazer parte desse processo que pode resultar em mudanças muito expressivas”, contou a professora.
Ações do Governo
O Governo do Estado desenvolve projetos que reforçam a importância do bom relacionamento e comportamento nas escolas, além de ações de conscientização para a não violência entre os alunos. A Ronda Escolar, por exemplo, que atua no entorno de 280 escolas da rede estadual de Salvador e Lauro de Freitas, realiza um trabalho preventivo, de orientação e de mediação de conflitos.
Outra iniciativa é o Projeto de Prevenção do Uso Abusivo de Drogas, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que tem como objetivo acompanhar unidades da rede estadual e promover a formação de gestores escolares, professores, estudantes e familiares para lidar com questões relacionadas ao uso de drogas.
Repórter: Anna Larissa Falcão