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Publicado em: 28/10/2015 às 17:44

Pesquisadores apresentam projetos de CTI em workshop promovido pela Fapesb

Por: Ascom/Fapesb

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) realizou, na ultima segunda-feira (26), o Workshop Temático “Panorama preliminar da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) na Bahia”. Na ocasião, foram apresentados projetos de CTI desenvolvidos com apoio da Fapesb. O objetivo do Workshop foi estabelecer estratégias para auxiliar o fomento de pesquisas no estado.

A mesa de abertura do evento contou com a presença de Jailson Bittencourt, Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Manoel Mendonça, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), além de Eduardo Almeida diretor-presidente da Fapesb e Marcus Americano, assessor-chefe da Fundação.

Segundo Eduardo Almeida, ao desenvolver iniciativas como o workshop, a Fapesb visa se aproximar da comunidade científica e de instâncias do estado: “Quero que os pesquisadores sintam que a Fundação é, de fato, a casa deles. Esse diálogo é extremamente importante”. Ele afirmou, ainda, que com esse evento, a Fapesb pretende devolver para o estado o resultado de pesquisas em diversos setores, para que iniciativas futuras sejam feitas em diferentes áreas.

Jailson Bittencourt ressaltou a importância de planejar o apoio à CTI na Bahia, principalmente em meio à situação de contingência econômica do estado: “É um momento muito oportuno para discutir e planejar porque é um período de vacas magérrimas. Além de poucos recursos, estamos com grandes contingenciamentos. Planejar à frente é necessário”.

Segundo Manoel Mendonça, é imprescindível relacionar as iniciativas estratégicas do Governo do Estado com as atividades de pesquisas na Bahia: “O Workshop é muito importante, porque nos dá uma ideia de como devemos alinhar o que está acontecendo no estado, com o plano de desenvolvimento do governo e com as atividades de pesquisa que devemos fomentar”.

Pesquisas em CTI

As pesquisas apresentadas abrangem temas diversos. Oliver Lima, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apresentou o resultado de seu projeto que tem como objetivo encontrar uma solução para a problemática do suprimento de água no semiárido baiano. Após estudar as condições geológicas, hidrogeológicas e geofísicas do semiárido, Oliver chegou à conclusão de que essa situação só poderá ser revertida de forma permanente utilizando as chamadas águas subterrâneas.

O pesquisador Leobino Sampaio (UFBA) apresentou o trabalho “Internet do Futuro: Aplicações, Inovação e Perspectivas”, que propunha aplicações inovadoras para desenvolver a internet atual, a fim de suportar novas formas de comunicação e melhorar as aplicações científicas. Ele criou então a Rede BAMBU, uma rede metropolitana de experimentação e inovação da chamada “Internet do Futuro”, uma internet mais eficiente do que a atual, em Salvador.

Leizer Schnitman (UFBA) ressaltou a relevância de temas como simulação, robótica, controle e automação para o desenvolvimento do estado. Ele falou sobre o CTAI (Centro de Capacitação Tecnológica em Automação Industrial), um complexo de laboratórios desenvolvidos com apoio da Fapesb, UFBA, Petrobrás e Rockwell Automation. Após apresentar os laboratórios e projetos realizados, Leizer disse que é preciso haver uma maior identificação das demandas da população e dos possíveis clientes, para que sejam desenvolvidas soluções inovadoras, científicas e tecnológicas com o apoio da Fapesb e outras instâncias.

Ednildo Torres, da UFBA, destacou a importância das fontes renováveis para produção de energia elétrica e descreveu o cenário de energias renováveis (energia limpa) no estado: “A Bahia tem previsão de receber 30 projetos de energia limpa – 14 solares e 16 eólicos – e, juntos, eles serão responsáveis pela geração de 773,1 MW.” Afirmou ainda que até 2023, três empresas implementarão parques de energia solar na Bahia, o que, somado a novos projetos de energia eólica, desenvolvidos pela empresa Renova Energia, aumentará significativamente a capacidade energética do estado.

Para o pesquisador Antônio Silva, da UFBA, é necessário que o país estabeleça pontos estratégicos para o desenvolvimento da atividade de nanotecnologia: “A partir da nanotecnologia, podemos investigar materiais fundamentais para o desenvolvimento de pesquisas básicas e aplicadas com possibilidades em nichos tecnológicos e seus desdobramentos nas diversas áreas”. Em sua apresentação, Antônio demonstrou a aplicação da nanotecnologia em energia, fármacos, biomedicina, eletrônica e novos materiais semicondutores. Para ele, é importante estabelecer novos centros de pesquisa e laboratórios que possuam maior interação com empresas estatais e privadas.

Gesil Amarante, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), apresentou alguns problemas que envolvem o fomento à CTI no estado: “Não há carreira de analista ou técnico de CT&I, não há pessoal permanente nos NITs, a escolha de gestores são usualmente feitas com base em indicação política e o recurso é imprevisível.” O resultado, segundo ele, é que as políticas desenvolvidas, mesmo as excelentes, tendem a ter um curto alcance. Gesil sugeriu a criação de carreiras para ocupação de cargos na SECTI e Fapesb, o fortalecimento do investimento em pesquisas estratégicas em CTI no interior e a priorização de apoio à infraestrutura aberta ao compartilhamento em editais e investimentos. Além disso, ele ressaltou a importância da regulamentação da Lei de Inovação, a reedição do art. 267 da Constituição do Estado da Bahia e a alteração da Lei 7888/01 a fim de tornar a escolha da direção da Fapesb uma prática da comunidade científica.

Após as apresentações, o público teve a oportunidade de conversar com os pesquisadores, tirar dúvidas, fazer sugestões e comentários.

Por: Ana Cely Lopes/Lorena Bertino – Ascom/Fapesb

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