Educação faz união de conhecimento técnico com saberes populares
Por: Ascom/Fapesb
A ideia é apresentar educação que valorize a história e a cultura da região. Projeto Canudos centra esforços na escola pública da área agrícola da cidade.
O Ação foi ao sertão da Bahia para falar sobre Canudos e o desenvolvimento social e sustentável da região. O Projeto Canudos também se preocupa com a formação das crianças. A ideia é melhorar a qualidade das aulas e apresentar uma educação que valorize a história e a cultura da região.
Canudos tem cerca de 15 mil habitantes. Para melhorar a qualidade de vida da população, o projeto da Universidade do Estado da Bahia quer estreitar a relação dos moradores com a terra, com o clima e com a cultura. O trabalho tem que começar cedo, dentro da escola.
O Projeto Canudos centrou esforços na escola pública da Comunidade do 150, na área agrícola da cidade.
“A gente trabalha com essa escola. Ela tem duas reformas em vista. Primeiro, é uma reforma física. Essa escola tem um espaço extremamente inadequado. As salas são escuras e não tem janelas. Você está no sertão quente e as salas não têm janelas. Esse ano, a escola já foi pintada, melhorada e reformada para iniciar o ano letivo. Mas a reforma mais difícil que a gente está tentando estabelecer do pensamento pedagógico que se desdobra dentro do espaço escolar. No Brasil inteiro, a educação que acontece nas escolas não toca na realidade local. Dificilmente toca. Quanto mais as pessoas puderem pensar sobre seu próprio lugar no mundo, sua própria condição de sujeito no mundo, melhor para a sua condição de cidadã”, explica Josemar Martins Pinzoh, coordenador de educação do Projeto Canudos.
“A gente percebe que esses alunos têm produzido através da gravura e da produção textual e buscado conhecimento na própria família e na própria comunidade, com pessoas mais velhas. Têm contado histórias e produzido.
Através da gravura a criança fala alguma coisa”, diz a diretora da escola Lucineide da Paixão Santana.
A história é contada pela Companhia de Teatro de Canudos. A ideia é que os atores locais participem de apresentações na futura cidade cenográfica de Canudos.
“Eu acho massa porque é a nossa história. A gente daqui de Canudos mostra o que os nossos antepassados viveram e fazem parte da nossa história”, explica a atriz Deijiane da Silva Oliveira.
“Nós estamos implantando através do projeto uma cidade cenográfica que será capaz de contribuir para o processo de preservação da memória da história da guerra e também gerar renda para a população”, diz Luiz Paulo Neiva, coordenador do Projeto Canudos.
A banana, principal produto da região, também serve pra gerar renda. “Depois que o colono corta a banana, nós recolhemos o tronco para fazer o nosso trabalho”, diz a artesã Maria Augusta Macedo.
“Fazemos cestas, luminárias, jogos americanos, bolsas, descanso de panela e porta guardanapo”, enumera Maria Augusta.
As artesãs criaram a associação das Sertanejas de Fibra.
Na feira em Canudos vende-se comida e roupa. Também tem música e arte, com um pouco da riqueza e diversidade cultural do sertão da Bahia. A banda de pífanos faz na cidade. Da feira para o forró na igreja de Santo Antonio, a cultura local é animada.
Fonte: G1 Globo