GIRO NA CIÊNCIA – A economia verde e a lâmpada de LED
Por: Ascom/Fapesb
Desenvolvimento sustentável e redução da pobreza são os dois temas principais da Rio+20, que vai acontecer na cidade do Rio de Janeiro daqui a dois meses. Sobre a pobreza, ninguém tem dúvida. Quem não vive nela ou convive com ela diariamente, pelo menos já ouviu falar. Mas o que esse desenvolvimento sustentável tem a ver com a nossa vida? Tudo. Ou mudamos a nossa relação com recursos como a água, a energia e o solo, ou teremos sérios problemas nesta e nas próximas gerações.
Um exemplo simples dessa convivência nem sempre pacífica são as velhas lâmpadas incandescentes. Elas desperdiçam energia, esquentam e poluem. Mas são baratas. Uma portaria do Ministério das Minas e Energia estabelece que elas sejam retiradas do mercado em 2016. Devem ser substituídas por modelos fluorescentes ou de LED, mais eficientes. Porém, mais caras. Mas será que elas são mesmo tão mais caras?
Uma lâmpada incandescente, comum, de 60W, custa cerca de R$ 2 em qualquer boa casa do ramo. Uma moderna de LED, com 12W, que tem a mesma luminosidade, custa R$ 70. Não dá para comparar. Certo? Errado. A boa e velha incandescente dura no máximo 1.000 horas, a de LED tem uma vida útil de 25.000 horas. Com isso, o preço relativo mudou. Já estamos falando de R$ 70 contra R$ 50.
Mas a grande diferença está no consumo de energia. Uma lâmpada de LED (Diodo Emissor de Luz) chega a consumir até 80% menos energia de que um modelo convencional. Ao longo das 25.000 horas, essa economia giraria em torno de R$ 220. Ou seja, a lâmpada incandescente que aparentemente custava só R$ 2, já está em R$ 270. Dois outros indicadores tornam a comparação ainda mais difícil para o modelo antigo. Mas estes são um pouco mais difíceis de mensurar.
Todas as vezes que acendemos as luzes das nossas casas estamos emitindo gases de efeito estufa e aquecendo o planeta. Esse aquecimento pode ser maior ou menor de acordo com a fonte de energia. Se for carvão, gás ou óleo será maior do que quando se usam fontes hidrelétricas, eólicas ou nucleares. No nosso exemplo, 25 incandescentes funcionando por 25.000 horas emitiriam 21 kg de CO2 a mais do que os modelos de LED.
Por fim, todas essas lâmpadas, de LED ou comuns, um dia param de funcionar e precisam ser jogadas no lixo. De preferência num lixo especial, recolhido pelas próprias empresas que fabricam. Umas são feitas de vidro, alumínio, tungstênio, latão, estanho e chumbo. As outras usam sílica, terras raras e fósforo. Mas tudo vai virar resíduo. Só que na hora de descartar, teremos 25 lâmpadas comuns e uma de LED. Será que estas são mesmo muito mais caras?
Fonte: O Globo