Baianas desenvolvem primeiro capacete de ciclismo para cabelos afros
Por: Ascom/Fapesb
Lívia identificou que o acessório de proteção não era pensado e adequado para a população preta
O ciclismo é uma atividade que utiliza a bicicleta como meio de locomoção e para fins esportivos. Para praticar essa modalidade com segurança há equipamentos como o capacete. Esse acessório, que é um item de proteção importante, não tem sua estrutura elaborada para pessoas que têm cabelos volumosos. A partir de um sentimento de dor pessoal, um grupo de mulheres baianas, liderado por Livia Suarez, começou a questionar essa pouca acessibilidade dentro da cultura da bicicleta e decidiu criar um projeto para atender essa necessidade da comunidade preta.
A ideia de criar o “Capacete de Ciclismo Fortheblacks” surgiu em 2019. Livia Suarez explica que o principal intuito do projeto é incluir a população negra na modalidade. “O objeto foi criado para pessoas negras que têm cabelos afros, crespos e/ou volumosos. Pensando que os produtos de ciclismo, especialmente o capacete, não são feitos para esses tipos de corpos, um dos pontos que a gente considerou foi o diâmetro adequado. Tornar o ciclismo cada vez mais popular só é possível se os acessórios também forem acessíveis”.
Uma pesquisa realizada pela empresa Tembici aponta que o ciclismo cresceu 61% em Salvador durante o período pandêmico. A capital baiana é a mais negra do país, logo, tem um público que precisa ser atendido. De acordo com a empreendedora, a elaboração desse produto vem de uma necessidade de mercado e de inclusão. “É pensar que aquele imaginário de ciclista, homem branco e com roupa esportiva, já não existe mais. Existe um novo perfil, na verdade, sempre existiu, mas essas pessoas não eram pensadas. Então, o capacete vem para incluir e para se adequar”, ressalta Lívia.
O produto, que foi contemplado pelo Edital Inventiva, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que é vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), está na etapa de finalização dos moldes. Lívia quer expandir o negócio e disponibilizar o produto no mercado internacional. “Estamos finalizando a etapa de fabricação dos moldes. Depois, é lançar na rua e vender muito. Queremos ir para áreas internacionais e lojas grandes. A ideia é expandir, não ser só um produto nacional”, diz.
Além de Lívia, o projeto conta com o apoio dos colaboradores Antonio Gabriel, Neymar Leonardo e Tamires Pereira. E tem parceria com Itaú, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba). Livia Suarez, que é moradora de Salvador, também é CEO da Bicipreta, empresa que desenvolve o capacete e outros acessórios e presta serviços de ciclismo para pessoas negras.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação para contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.