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Publicado em: 24/03/2017 às 10:31

Projeto apoiado pela Fapesb estuda as dificuldades enfrentadas por escritoras negras baianas

Por: Ascom/Fapesb

Apesar dos grandes avanços que as mulheres têm conquistado pela igualdade de gênero, ainda há muito caminho a ser percorrido. Principalmente no mercado editorial. Escritoras baianas e negras ainda enfrentam diversos obstáculos para publicação de suas obras. Foi o que identificou a pesquisadora Taise Campos no projeto “Modos de Produção, Publicação e Circulação de Obras de Escritoras Negras Baianas”, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia.

“O projeto parte da constatação da invisibilidade que atinge escritoras negras, advinda muitas vezes da dificuldade de publicação de suas obras e da pouca circulação destas. Assim, nos propomos a investigar como tais escritoras driblam, de alguma maneira, as “barreiras” impostas à produção, publicação e circulação de seus escritos, resistindo a interdições e silenciamentos de suas vozes”, afirma Taise.

O trabalho, que foi sua dissertação de mestrado, identificou que “a orientação patriarcal e hegemônica buscou destituir o lugar de fala das mulheres, mantendo-as longe do acesso ao conhecimento” e que as escritoras buscaram criar “linhas de atuação para fazer notáveis suas vozes dentro de uma sociedade modelada culturalmente pelo patriarcalismo, eurocentrismo e capitalismo”, destaca.

A invisibilidade das escritoras negras é um cenário que precisa ser revertido. O incentivo à leitura de autoras mulheres, o reconhecimento dessas escritoras e a divulgação de obras dessas mulheres são ações que podem contribuir para diminuição da desigualdade de gênero. Taise sugere que “é preciso que se criem aberturas às vozes de mulheres e negras em vários setores sociais, especialmente nas instituições educacionais, que se constituem fonte de formação literária para tantos sujeitos”.

Mês das Mulheres
Durante o mês de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia realiza diversas ações para reconhecer e abrir espaço para as pesquisadoras de ciência, tecnologia e inovação. Dentre as iniciativas, estão a campanha #SerMulher, nas redes sociais, a entrega do prêmio Bahia Pela Diversidade – Mulheres nas Ciências e a produção de matérias com pesquisadoras que estudam questões de gênero e relacionadas às mulheres.

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