Fapesb completa última etapa para lançar o edital Centelha Bahia II

O objetivo é que 50 ideias inovadoras sejam contempladas em 2021

O edital Centelha Bahia, que em 2020 contemplou 27 ideias inovadoras para o avanço do Estado, acaba de alcançar mais uma etapa para confirmar a sua segunda edição. É que a Bahia, através de sua Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesb), conseguiu captar recursos de cerca de R$ 2,2 milhões, através do Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A previsão é que o edital seja lançado em março de 2021, após os trâmites das próximas etapas de seleção.

O diretor da Fapesb, Márcio Costa, explica como está o andamento do processo. “Após enviarmos nossa proposta para a Finep, nosso projeto foi aprovado e agora iremos para a fase de oficialização de contrato, que consiste em entregar a documentação, a assinatura e depósito por conta da Finep e da contrapartida. Após esses processos administrativos iremos lançar o edital”, explicou Márcio ao relembrar o sucesso da primeira edição. “O centelha I concedeu R$ 1,6 milhão para os 27 contemplados, provenientes dos municípios de Salvador, Ilhéus, Feira de Santana, Paulo Afonso, Guanambi e Itajuípe. Além disso, fomos líder em número de ideias no Nordeste inteiro, o que demonstra como nosso povo tem potencial para a inovação e precisamos investir nisso”.

De acordo com a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Adélia Pinheiro, o programa Centelha não está voltado só para pesquisadores experientes, mas visa atender a população em geral que possui uma ideia inovadora e não consegue transformá-la em negócio. “O Centelha visa estimular, orientar e promover a formação de empreendedores e a geração de empresas inovadoras e de alto crescimento, dessa forma, o programa tem importância fundamental para o estado da Bahia no sentido não só de mover a economia, mas criar oportunidades para que pessoas que antes não tinham este acesso, possam receber financiamento e acompanhamento para desenvolver seu próprio negócio”, completou.

O Programa Centelha é resultado de uma ação cooperada de parceiros do Ecossistema de Inovação. Na Bahia, a execução do projeto é da Fapesb, que é vinculada à Secti, enquanto no âmbito federal fica por conta da Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). São também apoiadores o Conselho das Fundações de Amparo (Confap), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Fundação CERTI.

Pesquisadora do Sul da Bahia cria bioetanol à base de cacau

Matéria-prima que antes era descartada, agora pode ser utilizada para gerar combustível ecológico

Diariamente, resíduos agroindustriais, como cascas e bagaços, são descartados durante a produção de diversos tipos de produto. Com vistas a reverter este conflito ecológico, a professora Elizama Aguiar, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), junto a seu grupo de pesquisa, composto pelos estudantes Frederico Lobo e Gabriel Albuquerque, resolveu dar um destino para este lixo orgânico, e o resultado não poderia ser mais útil. É que antes, o que era descartado, agora têm potencial para ser hidrolisado – processo químico e enzimático que envolve a quebra da celulose da matéria-prima em açúcares – para se obter bioetanol. A professora ressalta que o material utilizado é facilmente obtido, além de ter uma conexão econômica com a região Sul da Bahia, por se tratar de dois componentes abundantes pelo local: o cacau e o malte.

Do cacau são obtidas as cascas e do malte, o bagaço. Elizama explica como funciona o processo de transformação. “A hidrólise consiste em submeter os resíduos a uma primeira etapa com solução ácida fraca e calor, para, posteriormente, aplicar soluções enzimáticas. As melhores condições destas etapas foram investigadas de forma a se obter maiores concentrações de açúcares fermentescíveis”, disse. Segundo ela, os resultados obtidos são promissores, pois permitiram a redução de cerca de 50% da massa de resíduos e com a continuidade dos estudos será possível otimizar a hidrólise e a fermentação.

A professora ressalta o fato de a região de Ilhéus ser uma produtora histórica de cacau no Brasil e como as cascas são acumuladas no campo logo após a quebra do fruto para obtenção da polpa e das sementes. “O acúmulo destas cascas no campo pode, por exemplo, resultar em um foco de contaminação do fungo causador da doença ‘vassoura-de-bruxa’ que já trouxe muitos prejuízos à região. Assim, é de grande importância apresentar novas aplicações para este resíduo. Além disso, devido à crescente popularização da produção de cervejas artesanais em todo o território nacional, foi também selecionado o bagaço de malte para ser empregado em combinação com as cascas de cacau. O bagaço é gerado durante a produção das cervejas, logo após a etapa de malteação”, destacou.

Um importante diferencial acadêmico deste trabalho, conforme Elizama, é a investigação da mistura de dois resíduos agroindustriais, visto que a maioria dos estudos de hidrólise realizados são focados em apenas um resíduo. “Isso confere um diferencial ao nosso estudo e nos apresenta o desafio de definir as melhores condições de hidrólise que permitam atuar sobre dois resíduos que possuem diferentes composições químicas. Assim, podemos propor uma alternativa para estes resíduos de forma simultânea, sendo que, futuramente, mais resíduos podem ser investigados em conjunto”, declarou.

As próximas etapas do projeto, que está pausado devido à pandemia de Covid-19, darão continuidade aos estudos, aprimorando as etapas de hidrólise, para que seja possível aumentar a quantidade de açúcares redutores obtidos e, desta forma, conseguir aumentar o rendimento do processo fermentativo. “Propor alternativas eficientes para resíduos agroindustriais é uma demanda recorrente e a consequente produção de bioetanol é extremamente vantajosa e necessária. Além disso, a continuidade desta linha de pesquisa envolve a participação direta de mais estudantes, com a UESC contribuindo com a formação de profissionais conscientes e engajados em questões ecológicas e energéticas”, completou.

O trabalho contou com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) e foi realizado em parceria com o Laboratório de Microbiologia Aplicada da Agroindústria (LABMA-UESC), coordenado pelas Professoras Ana Paula Uetanabaro e Andréa Costa. “Contamos ainda com o apoio das empresas Prozyn (São Paulo) e LNF (Bento Gonçalves) que doaram alguns reagentes”, finalizou Elizama.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br

Estudante baiana desenvolve biocombustível a partir de bananas

Projeto promove a sustentabilidade ao unir o reaproveitamento da matéria-prima e a diminuição de gases que causam efeito estufa

A banana é uma fruta tropical, tipicamente conhecida no mundo inteiro, que possui seu sabor associado a diversos tipos de consumo e sua imagem está presente no imaginário da população, seja em pinturas, em desenhos, roupas ou até mesmo acessórios. Entretanto, uma estudante do ensino médio do Instituto Federal da Bahia (Ifba), Raphaella Gondim, decidiu transformar o fruto em algo inusitado: um biocombustível. Ela, que faz parte do curso técnico integrado de Química, encontrou em propriedades da polpa da banana da prata, um potencial para transformar a biomassa em etanol e, a partir daí, criar um combustível sustentável.

Raphaella explica que o trabalho vai associar dois fatores importantes, que são o reaproveitamento de uma biomassa que seria descartada e a produção de um bioetanol que emite menos gases de efeito estufa, pois o mesmo é obtido a partir de uma matéria-prima alternativa à cana-de-açúcar. “Nosso maior desejo, meu e do meu grupo de pesquisa, é que haja a produção de um trabalho que beneficie a sociedade devido aos fatores de sustentabilidade”, disse, ao relembrar que a inspiração para desenvolver este projeto surgiu durante as pesquisas sobre a produção de bioetanol. “Fiquei curiosa sobre como funcionavam as etapas de produção desse biocombustível, e percebi que o mesmo pode ser produzido a partir de diferentes biomassas, então comecei a pesquisar sobre possíveis opções e percebi o grande potencial das bananas como matéria-prima para a produção do etanol. Esse potencial se deve tanto às altas taxas de açúcares na fruta, como às altas taxas de perda e desperdício da mesma”.

De acordo com a pesquisadora, o diferencial desse estudo é que ele apresenta não só vantagens ambientais, como também vantagens econômicas, visto que o projeto não necessita de custos com a aquisição da biomassa, uma vez que a mesma seria descartada. “Além disso, uma das nossas hipóteses é que o etanol obtido da banana apresente vantagens no rendimento quando comparado ao etanol da cana-de-açúcar. Os benefícios além de ambientais tornam-se também econômicos, pois esperamos que o “Bananol”, nome que batizamos o produto, apresente um melhor custo-benefício quando comparado a outras opções e, assim, possa ser utilizado amplamente pela população, que costuma evitar o produto devido ao alto custo comparado à gasolina”, destacou.

Em números, Raphaella almeja alcançar uma redução de aproximadamente 47,59% nas emissões de dióxido de carbono, o principal causador do aquecimento global, quando comparado ao etanol da cana-de-açúcar. Segundo ela, esta diminuição deve-se à falta do uso de cal e de fertilizantes, juntamente com a falta da queima do canavial e do palhiço – prática muito comum na produção da cana-de-açúcar. “Devido à pandemia, estamos em fase inicial. Até o momento foram realizadas atividades que não necessitavam da utilização do laboratório de química e de toda sua infraestrutura. Dessa forma, daremos andamento à metodologia planejada assim que possível”, finalizou a estudante.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br

Pesquisadores na Bahia desenvolvem protótipo que avalia condições neuropsicológicas

Projeto veio para, através da tecnologia, facilitar testes que costumam ser feitos à caneta e papel

Por meio de um projeto de pesquisa que surgiu nos laboratórios da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), no sul da Bahia, um grupo de pesquisadores baianos está desenvolvendo uma bateria neuropsicológica, capaz de fazer análises de condições cerebrais e psiquiátricas, que pode ser utilizada por instituições de ensino e pesquisa, escolas e universidades, empresas, além de clínicas e hospitais para melhor entender funções como memória, atenção e inteligência. De acordo com Paulo Barbosa, que é professor da Uesc, e está à frente do trabalho, esses atributos são fundamentais para uma boa performance profissional e acadêmica do ser humano e podem fazer a diferença em diagnósticos, prognósticos, tratamentos de condições neurológicas e até problemas de aprendizagem.

Paulo afirma que há uma grande relevância em ter adaptado um processo que é comumente feito por um profissional, através de um papel e uma caneta, para ser feito digitalmente. “Uma bateria computadorizada e online de avaliação neuropsicológica representaria uma inovação com potencial disruptivo, devido ao menor custo de administração dos testes, permitindo a avaliação de mais de um indivíduo ao mesmo tempo, além de reduzir erros humanos no registro das respostas”, explicou ao ressaltar que no Brasil há pouca agregação de tecnologia neste procedimento, o que resulta em custos elevados e erros humanos no registro das respostas dos testandos.

O projeto nasceu na Universidade, através do Grupo de Pesquisa em Neuropsicologia Computacional, que possui foco em disponibilizar avaliações neuropsicológicas computadorizadas sensíveis a aspectos positivos e negativos do funcionamento cognitivo e às diferenças culturais das diversas regiões do país. O produto, que possui suporte de uma equipe multidisciplinar, com profissionais de TI, Psicologia e Antropologia, atenderá o mercado nas áreas de Saúde, Educação e RH. Segundo Paulo, a automação e a informatização de testes neuropsicológicos representam uma série de vantagens sobre os tradicionais, como redução do tempo de aplicação, maior precisão na marcação de erros e acertos e do tempo de resposta.

“Em nossas pesquisas sobre a relevância deste produto, encontramos poucos grupos que trabalham nesta linha aqui no Brasil, mas existem outras que provêm do exterior e, por isso, potencialmente insensíveis a aspectos da realidade sociocultural brasileira. Já o nosso produto está sendo elaborado em parceria com a Universidade Estadual de Santa Cruz, envolvendo profissionais pesquisadores que criarão uma bateria de testes neuropsicológicos completa e mais sensível às peculiaridades socioculturais do país”, completou o professor. O protótipo está em fase de experimentação, pois, conforme Paulo, precisa estar 100% quanto à sua sensibilidade e efetividade para começar a atuar em pleno funcionamento. “A equipe se encontra em trabalho remoto e não paramos desde o início do projeto. Estimamos que no período de 1 ano teremos uma bateria adequada para a normatização. Após este período, precisaremos de mais 6 meses para o processo de entrada no mercado”, finalizou.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br

Baianos criam app para flexibilizar cuidados com a saúde

O projeto foi contemplado no edital Centelha Bahia, da Fapesb, que vai conceder recursos financeiros para desenvolver projetos inovadores no Estado

Voltado para serviços de saúde dos mais diversos segmentos, o Agendei Saúde possibilita um maior acesso a consultas em uma plataforma na qual médicos, psicólogos, nutricionistas, entre outros, podem cadastrar suas funções, especialidades, custos, além de informações como agenda e horário. Através do sistema, os profissionais podem reduzir despesas com propaganda e serviços de marcação, o que pode baratear o preço final do atendimento. O acesso à plataforma será gratuito para os prestadores de serviços e estará disponível, no final de outubro, para os sistemas Android e iOS. Já os interessados em ter direito a um pacote personalizado de serviços em saúde, que pode custar a partir de R$ 19,90, passam por uma análise feita pela própria plataforma, na qual, baseado nas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e por uma equipe de médicos, estabelece-se um conjunto de consultas que costumam ser necessárias de acordo com o perfil de cada paciente no período de um ano.

Segundo Murilo Souza, engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e estudante de gestão de empresas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em poucas palavras, é possível definir o serviço como uma plataforma para facilitar e flexibilizar o cuidado com a saúde de forma preventiva. “Realizamos desde o agendamento, passando pela consulta e acompanhamento dos indicadores do estado do paciente. Tudo isso em um sistema acessível”, destacou, reiterando que o app surgiu da necessidade que as pessoas têm de cuidar da saúde. “Apesar da necessidade, muita gente não tem condições de pagar um plano de saúde. No Agendei, a pessoa conseguirá marcar e realizar uma consulta, em pacotes que podem custar menos de R$ 10 reais/mês, valor bem mais viável do que um contrato com uma empresa de plano de saúde. Dessa forma, o paciente terá acesso, ao longo de um ano, aos médicos das mais variadas especialidades, que foram recomendados no momento de fechar o tipo de pacote mais adequado para ele”.

O trabalho foi um dos 27 projetos contemplados no programa Centelha Bahia, da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), em parceria com a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) , além de contar com apoio do Conselho das Fundações de Amparo (Confap), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Fundação CERTI. O Centelha vai conceder R$1,6 milhão distribuídos entre as propostas selecionadas que visam contribuir para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar da população baiana, bem como o avanço do Estado.

Murilo também afirma que além da flexibilidade dos preços e do rápido acesso, outro grande diferencial é a capacidade de agir de forma ampla e preventiva. “O nosso foco não é só no agendamento de consultas, mas em toda jornada do paciente. Oferecemos para a sociedade uma plataforma para cuidar e acompanhar sua saúde de forma preventiva, o que pode evitar a evolução no quadro de doenças graves”, disse. A plataforma passa por fase de testes e já possui o apoio de algumas clínicas e hospitais de Salvador. Segundo o idealizador, o projeto ainda pretende firmar mais parcerias e levar o serviço para o máximo de pessoas possível.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br

Baiano de Itamaraju é o primeiro bolsista trans da Fapesb

Estudante é o primeiro homem trans preto a ser beneficiado pela Fundação e abre espaço para inclusão de pessoas transgêneras no meio acadêmico

“Ser o primeiro baiano, trans, preto, pesquisador da Fapesb, é revolucionário, mas ao mesmo tempo triste”. É dessa forma que o estudante de licenciatura em artes, Jean Isaac, define a experiência de ser o primeiro homem trans bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia, ressaltando que as pessoas transgêneras no país não possuem o mesmo acesso à educação que o restante da população. Jean se tornou o primeiro bolsista devido ao seu trabalho de extensão, realizado na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), intitulado Gota Trava, que consiste no estudo da iluminação e design de som para a cena, a partir das desobediências de gênero.

De acordo com a professora da UFSB e orientadora do projeto, Dodi Tavares Borges Leal, a iluminação cênica tem muito a ganhar com o olhar de um músico como Jean, sobretudo no sentido de compreender quais as formas visuais das desobediências de gênero poderiam ser desconstruídas a partir das provocações sonoras trans e pretas que Jean tem produzido. “É fundamental que a primeira pessoa trans a receber uma bolsa de pesquisa na Fapesb seja uma pessoa trans e negra. Ao mesmo tempo que é triste devido ao reconhecimento tardio, também é motivo de orgulho, pois não foi fácil chegar até aqui, visto que as condições passadas e atuais não são nem um pouco favoráveis para que pessoas trans possam ter uma vida acadêmica com dignidade”, disse.

A professora, que é a primeira e única docente trans efetiva da UFSB, além de ser a única na área de artes no ensino superior público federal do país, conta de onde surgiu a inspiração para o projeto. “A ideia para a pesquisa veio após os desdobramentos de outro trabalho publicado por mim, anteriormente, intitulado ‘Luzvesti: iluminação cênica, corpomídia e desobediências de gênero’. Já havíamos iniciado o trabalho em um projeto anterior, de extensão, no qual Jean atuou como designer de som da esquete de teatra Gota Trava. Este projeto de iniciação científica dá continuidade ao de extensão”. Dodi também é a primeira professora trans a orientar pesquisa pela Fapesb.

Já o estudante Jean Isaac reafirma a necessidade de a comunidade acadêmica estar mais aberta para dar acesso a pessoas transgêneras. “Ainda estamos conquistando espaços a passos lentos, mas depois que uma porta se abre, nenhuma outra vai fechar. Chegou o momento de poder compartilhar nossos conhecimentos uns com as outras”, destacou.

A concessão de bolsa para Jean fez com que o SEI-Bahia tomasse providências para adaptar o sistema para garantir que, futuramente, pessoas trans tenham o direito de uso do nome social em todas as instâncias públicas do território nacional, conforme Decreto Federal 8.727, de 2016, assinado pela então presidenta Dilma Rousseff. O sistema estadual não estava adaptado, o que fez com Jean precisasse assinar o termo de outorga da bolsa com seu nome civil. Tal situação obrigou o órgão a mudar o sistema, garantindo a aplicação da norma. A professora Dodi ressalta que esse é um direito adquirido, mas, infelizmente, pouco conhecido pelas instituições públicas.

Jean conta que sempre teve interesse por som e luz e que o distanciamento imposto pela Covid-19 tem sido um desafio. “Agora na pandemia paramos um pouco os ensaios de Gota Trava. Estamos avaliando as possibilidades de criação a partir dos meios digitais. De toda forma, estamos dando um tempo para entender o cenário do país”, completou.

Gota Trava
Gota Trava teve esquete primeiramente apresentada na 7ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp 2020), no quadro da “Encontra de Pedagogias da Teatra: saberes do riscar e arriscar”, com curadoria de Dodi Leal e coordenação de Maria Fernanda Vomero, realizada no eixo pedagógico da mostra. O trabalho de iniciação científica é desenvolvido dentro de uma ação maior que é o Ilumilutas, projeto de pesquisa e extensão em iluminação cênica e processos sociais, coordenado por Dodi no Centro de Formação em Artes da UFSB. Além do apoio da UFSB, o projeto conta com parceria da Abayomi Casa de Cultura, Casa de Arte, Cultura e Artesanato, organizada por artistas autônomas/os, localizada no bairro do Cambolo, em Porto Seguro, onde se realizam os ensaios da montagem.

Foto: José Lucas

Me contrata, robô! Baianos desenvolvem dispositivo para auxiliar contratação de estagiários

Projeto foi um dos contemplados do programa Centelha Bahia

Foi em Feira de Santana, cidade conhecida como Princesa do Sertão, que nasceu Ana, uma robô que recruta estagiários. Batizada de Ana, em homenagem a Feira de Sant’Ana, a startup tem potencial para ressignificar o setor de recursos humanos no Brasil. De acordo com um dos idealizadores do projeto, o estudante de ciências contábeis da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC), Helder Xavier, Ana é uma startup de impacto social, que atua com recrutamento e seleção de estagiários, desenvolvendo o papel de agente integrador. “Estamos elaborando uma inteligência artificial que automatiza e digitaliza até 90% dos processos envolvidos na contratação desses estagiários”, explicou. O pesquisador ainda ressalta, que o trabalho busca ir além do recrutamento e oferece capacitação aos usuários. “Através das informações traçadas, ofertamos também cursos preparatórios para a nova economia, voltado aos estudantes da plataforma”, destaca.

Helder explica como funciona o recrutamento digital na prática. “Ana recebe, entrevista e tria milhares de candidatos diariamente através de um chat disponibilizado no site www.anajob.com.br. Ao final da entrevista, ela captura um vídeo currículo, facilitando a vida dos candidatos que não precisam mais entregar currículos físicos, ou participar de diversas entrevistas. Já os recrutadores, através da plataforma podem conhecer melhor o candidato, indo além das limitações de um currículo, e o melhor, sem taxas de seleção”.

O projeto, que nasceu em 2019, em um hackathon desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no qual recebeu o prêmio da primeira colocação, é o primeiro agente integrador especialista em varejo 100% digital no país. “Fomos contemplados no programa Centelha da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), que vai conceder R$1,5 milhão para ideias inovadoras criadas no Estado. A aprovação de nossa plataforma aconteceu junto outros 27 projetos que também foram contemplados no Centelha. No nosso caso, somos uma startup de impacto social e temos como propósito a transformação de vidas através da educação e acesso ao primeiro emprego, por isso, é imprescindível que grupos como o nosso recebam apoio do Governo do Estado para levar essas ideias adiante que têm muito a acrescentar na sociedade”, declarou Helder.

Atualmente o projeto se encontra em fase de comercialização e em busca de escala.
Ana já possui clientes pagantes e segundo Helder, quer ampliar ainda mais a sua capacidade de atendimento. “É hora de abandonar os guichês, filas, papeladas e entrevistas cansativas”.
O recrutamento digital é aliado de quem quer emprego e de quem quer empregar”, disse ao reiterar que, digitalizando o processo, Ana acelera em até 90% o tempo de contratação de quem está em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho, desburocratizando os processos, eliminando tarefas manuais e reduzindo drasticamente os custos. “Queremos seguir adiante para garantir que Feira siga como destaque no que sabe fazer melhor: gerar oportunidades”, completou.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br

Seminário sobre relações internacionais e crítica cultural inscreve até 30/09

O Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural do Departamento de Educação (DEDC) do Campus II da UNEB, em Alagoinhas, e o Programa de Literatura e Cultura, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), realizam o Seminário Internacional “Brasil In Teias Culturais: Relações Internacionais sob o crivo da crítica cultural entre os dias 1º de outubro e 6 de novembro.

Serão duas conferências plenárias e 26 mesas-redondas por transmissão virtual, reunindo pesquisadores de crítica cultural de cinco continentes com o objetivo de construir redes de cooperação científicas online. A UNEB estará representada na programação por seis pesquisadores da área.

O evento é gratuito e os interessados em participar como ouvintes devem realizar inscrição online até o dia 30 de setembro. O número de vagas é limitado a 3 mil participantes.

“A proposta é mostrar que, pela via da ciência e da cultura, o Brasil e suas instituições científicas/culturais têm muito a contribuir com o desenvolvimento do país e com o desenvolvimento dos países constitutivos dos BRICS e também de outros blocos de nações”, explica o professor Osmar Moreira, coordenador geral do evento.

O Brasil In Teias integra o projeto “Potências Transnacionais e Emergentes e seus Crivos Culturais”, apoiado pela Fundação de Amparo às Pesquisa da Bahia (Fapesb).

Informações: www.portal.uneb.br/poscritica.

Pesquisadores estudam as causas dos terremotos na Bahia

Pesquisa busca levar informações para a sociedade que auxiliem na análise de riscos geológicos, a fim de minimizar os impactos de possíveis acidentes naturais

Os terremotos que aconteceram no final de agosto deste ano, na Bahia, trouxeram à tona a contestação da famosa frase “no Brasil não tem terremoto”, falada e cantada pelos quatro cantos do país. De acordo com a professora Simone Cruz da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e presidenta da Sociedade Brasileira de Geologia (SBG), não só há terremoto no território nacional, como também costuma ocorrer com frequência. Foi pensando em estudar esses fenômenos e gerar informações para a sociedade, que Simone e outros colegas acadêmicos da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), da SBG e do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) se juntaram para criar um grupo de trabalho com foco em minimizar os impactos de possíveis acidentes naturais.

Simone afirma que além do diagnóstico das áreas afetadas e a verificação das causas dos terremotos, o projeto visa estabelecer um diálogo com a sociedade, com o objetivo de muni-la de informações científicas, em linguagem acessível, que permitam uma melhor compreensão do ambiente geológico em que vivem e suas características sismológicas. “A ideia surgiu através do reconhecimento da importância social que as geociências possuem, especialmente com relação à identificação e prevenção de riscos geológicos. Logo após os sucessivos terremotos que ocorreram na região de Amargosa e em diversas outras cidades do Recôncavo Baiano, houve uma rápida mobilização da equipe de pesquisa, bem como o estabelecimento das parcerias”, disse a professora ao ressaltar que a população bem informada pode reagir de maneira mais segura durante os tremores e estar mais preparada para a situação.

Cada membro do time possui experiência acumulada no que diz respeito às características geológicas da região afetada pelos terremotos e os movimentos que ocorreram na crosta terrestre nos últimos 150 anos. “Além disso, os integrantes do grupo se dispuseram a esclarecer para a sociedade, através da mídia, as causas do fenômeno, as possíveis consequências e, levando em consideração o histórico na Bahia, tranquilizar a todos, já que os terremotos que provocam grandes catástrofes, não condizem com o nosso histórico no Estado, nem com a dinâmica da geologia do território brasileiro”, declarou Calos Uchoa, professor da Uefs. Segundo ele, o grupo está finalizando a fase de diagnóstico dos dados geológicos e geofísicos da região e pretende elaborar um projeto de pesquisa multidisciplinar para avançar nos estudos. “Além disso, a Ufba está pleiteando a sua inserção na Rede Sismográfica Brasileira, o que seria um avanço de grande importância para o trabalho e para o avanço no processo de pesquisa na Bahia”.

O anseio do grupo é que com o avanço dos estudos científicos, torne-se mais fácil identificar os processos responsáveis pelos terremotos, permitindo uma melhor previsão de áreas com riscos geológicos e colaborando com a prevenção dos acidentes que causam danos materiais e humanos. “Estaremos também acompanhando os trabalhos da Rede Sismográfica Brasileira e, em parceria com a Defesa Civil, auxiliando à população no esclarecimento sobre as eventuais ocorrências, prestando todo apoio necessário quanto às informações técnicas e os procedimentos cabíveis em caso de novos tremores”, completou Joelson Batista, professor da Ufba e que também integra o grupo junto aos outros pesquisadores Carlson Leite, César Gomes, Jailma Oliveira, Michelangelo Silva e o estudante Gabriel Costa, todos da Ufba, além do geólogo Valter Sobrinho do SGB/CPRM.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br